segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

21 de Janeiro

Incrível . Dois dias passados e ainda não me passou pela cabeça (ou por outra qualquer estação) reflectir sobre a intencionalidade dO sujeito e os efeitos salpicados em mim . Não que isso seja imprescindível . Somente se trata de um novo estado , a primeira vez de tal sentir , de tal não necessitar . Talvez a mudança de ano , os tais objectivos pouco delineados , a despreocupação com todo esse universo dO sujeito/relativo AO sujeito , tenha cortado o cordão umbilical com . As palavras vão e voltam com o vento , que não se sabe que direcção lhe dará na guelha seguir. Umas vão rumo ao Sul , e sinto-as a esquentar gradualmente , repletas de feitiço , ambiguidade , calor com intenção de substituir o humano . Outras rumam directas ao Norte , arriscando uma visita de médico aos pinguins do Prof. Francisco , ou então ao inconsciente submerso . Entre estas últimas , umas quantas perdem-se , "confundem-se e fundem-se" ( como disse a Andreia e tão bem , que bem me soou ao ouvido e ao gosto ) , na fracção do icebergue avistada do espaço (rédea curta , miserável consciência do ser) . Posto isto, argumento com a sexualidade que, segundo o grande Freud , é uma necessidade primitiva ( necessidade primitiva DESTE , pois é óbvio , consagrado ninfomaníaco por ter sido O psicólogo . Se continuo nestas andanças é pela incerta certeza de que espalharei aos sete ventos as minhas pancadas , horrendas manias , para as quais , para além de obter descontos , obterei também outras denominações , tais como , teorias.) . Por que quando ele , daqui a uns anos regressar ao porto que abandonou aos seus infantis 17 anos , não verá caravelas , nem tão pouco frotas , nem tão pouco um colchão com alguém ( sendo esse alguém eu própria ) que o aqueça ( desvalorizando-se , assim , a evolução tecnológica ) e que ( que tal calor carece razão ) não seja invadido à superfície pelos percevejos que , entranhados nas fibras do colchão , aguardam , ansiosos e repugnantes , o momento em que possam ascender ao leito e ao sangue , sem se darem ao trabalho de se alimentar ao "som" do bungee jumping , receosos de uma indigestão .
Sinto-me capaz de falar de normalização ( os percevejos são mais do que eu e o sujeito . De certo nos renderemos ) , de conformismo ( aceito todos os termos e assino todos os tratados, dando a minha palavra de honra [que é translúcida aquando da aflitiva comichão] ) , e de obediência ( já me vejo a marchar , deitar , tapar até sufocar as bochechas e esperar pelo ataque da patrulha percevejal ) , mas ... não o vou fazer . Porquê ? Porque , na realidade , a felicidade encontra-se tão banalizada quanto o amor , que , se o que me esboça um sorriso no gesto não sendo este fruto do poder consumista, é o escrever aquando do rompimento da veia poética , adormecida pela das artes do corpo , e se isto é banal e pode colocar-se à venda por 80 euros ... Não quero ser feliz .

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